O sistema HVAC em uma sala limpa de alimentos não apenas fornece resfriamento, desumidificação e circulação de ar, mas também desempenha um papel fundamental na garantia da segurança alimentar, manutenção da limpeza e conformidade com os padrões regulatórios. A seleção deve se concentrar no controle de temperatura e umidade, classe de limpeza, requisitos de fluxo de ar e tipo de sistema (AHU ou MAU).
1. Requisitos de Temperatura e Umidade
Diferentes processos têm diferentes requisitos, mas as diretrizes gerais são as seguintes:
Temperatura:
Áreas gerais de processamento de alimentos: 18–26°C
Processamento fino ou áreas de processamento a frio (por exemplo, chocolate, pré-processamento de panificação): 18–22°C
Zonas de processamento em alta temperatura (vaporizar, fritar) requerem exaustão separada para evitar impactar áreas limpas.
Umidade Relativa (UR):
Áreas gerais: 45–65% UR
Pós ou açúcar sensíveis à umidade: ≤60% UR
Zonas de baixa umidade podem exigir controle independente de desumidificação ou reaquecimento.
Temperatura e umidade estáveis são essenciais para prevenir o crescimento microbiano, mofo ou condensação.
2. Requisitos de Classe de Limpeza
As salas limpas de alimentos geralmente têm padrões de sala limpa mais baixos do que os laboratórios farmacêuticos, mas ainda exigem controle rigoroso de partículas:
Tipo de Área | Classe Comum de Limpeza |
Manuseio de matérias-primas | Classe ISO 8 (nível 100.000) |
Processamento fino / embalagem interna | Classe ISO 7 (nível 10.000) |
Zonas de exposição de alto risco (pronto para comer, embalagem estéril) | Classe ISO 6–7 (nível 1.000–10.000) |
A classe de limpeza determina:
Taxa de troca de ar (ACH)
Volume de ar HVAC
Configuração do filtro (Pré-filtro + Filtro médio + HEPA)
3. Requisitos de Fluxo de Ar
Taxas Típicas de Troca de Ar (ACH):
Classe de Limpeza | ACH (vezes/hora) |
Classe ISO 8 | 10–20 |
Classe ISO 7 | 20–40 |
Classe ISO 6 | 40–60 |
Considerações de Design:
Fornecer fluxo de ar ≥ exaustão + vazamento para manter pressão positiva
Zonas de alta umidade ou alta temperatura requerem cálculos de fluxo de ar separados
Normalmente, é reservado um redundância de fluxo de ar de 10 a 15%.
4. AHU vs. MAU para Salas Limpas de Alimentos
4.1 Unidade de Tratamento de Ar (UTA)
Casos de Uso:
Zonas de limpeza média a alta (ISO 7–8)
Requisitos estáveis de temperatura e umidade
Condições de ar de retorno controladas
Recursos:
Operação de ar misto (retorno + fresco)
Menor consumo de energia
Pode incluir bobina de resfriamento, bobina de aquecimento, umidificador e seção de reaquecimento
Serve como o principal sistema de HVAC de sala limpa
Solução mais comumente utilizada para salas limpas de alimentos
4.2 Unidade de Ar de Reposição (MAU / 100% Ar Fresco)
Casos de Uso:
Áreas com odores fortes ou alto risco de contaminação
Zonas onde o ar de retorno não é permitido
Frequentemente utilizado em conjunto com AHU
Recursos:
100% ar fresco
Remove rapidamente odores e contaminantes
Maior consumo de energia
Normalmente combinado com sistemas AHU ou FFU
Não recomendado como a única solução de HVAC para toda a sala limpa.
5. Configuração Recomendada
ISO 8–7 salas limpas para alimentos:
Zonas prontas para comer de alto risco:
Pontos Chave:
Controle estável de temperatura e umidade
Taxa de troca de ar adequada e fluxo de ar
Design de gradiente de pressão positiva
Filtração em múltiplas etapas
Conclusão
A seleção de HVAC para salas limpas de alimentos deve priorizar a estabilidade de temperatura e umidade, a classe de limpeza apropriada e o fluxo de ar adequado. Normalmente, uma AHU embalada serve como o sistema principal, opcionalmente complementada por unidades MAU de 100% de ar fresco. A seleção adequada do sistema garante a segurança alimentar, a eficiência energética e a conformidade regulatória.